21.8.13

Seria melhor



Que se pudesse eliminar de vez
Os vestígios de alguém que se foi

E mesmo que se mantenham abertas portas e janelas
Não sabe mais como voltar

O outro lado da cama
Com um serrote separar

O lugar na mesa
Com mais panelas e travessas ocupar

A metade do armário
Apenas com minhas próprias coisas entulhar

Silenciar o eco do riso
Que ainda preenche todo o edifício

Esquecer de vez a delicadeza do toque
O calor intenso e sempre tão bem-vindo

Apagar esta imagem tatuada na retina
Holograma que projeto em cada canto ou esquina

Espectro fugidio que numa busca inútil
Me faz correr de forma contínua

Que não permite o alcance
Mantendo uma cruel distância que só escraviza

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