Que se pudesse eliminar de vez
Os vestígios de alguém que se foi
E mesmo que se
mantenham abertas portas e janelas
Não
sabe mais como voltar
O outro lado da cama
Com um serrote separar
O lugar na mesa
Com mais panelas e
travessas ocupar
A metade do armário
Apenas com minhas próprias coisas entulhar
Silenciar o eco do riso
Que ainda preenche todo o
edifício
Esquecer de vez a
delicadeza do toque
O calor intenso e
sempre tão bem-vindo
Apagar esta imagem tatuada na
retina
Holograma que projeto
em cada canto ou esquina
Espectro fugidio que numa
busca inútil
Me faz correr de
forma contínua
Que não permite o
alcance
Mantendo uma cruel
distância que só escraviza
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