20.8.13

No inverno



Dormir sozinho
É deitar sobre um granito
Cinzento e frio
E sentir o que sentiu
O anjo caído
Aquele mesmo
A quem
Um seu igual
Num dado dia
Armado de uma implacável espada
Expulsou do paraíso
Mas não farei como o maligno
Que não resistindo ao sofrimento
Resolveu vingar-se pelo oposto
Aquecendo seu novo lar
Com toda a gama de extremos
Condenando os fracos
A rios de lava fervente
Poços com águas fumegantes
Vapores ácidos escaldantes
Odores de podridão e enxofre
Carnes se desfazendo
Gritos lancinantes
Lágrimas de desespero
Inúteis arrependimentos

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