27.8.13

Nunca (de novo) estive tão só



Secou-me a boca
Racharam-me os lábios
Órfãs e feridas estão minhas mãos
Meus olhos só encontram o vazio
Não têm mais razão para o brilho

Asas cortadas
Voo frustrado
Estradas bloqueadas
Joelhos quebrados
Pés no chão fincados

O sentimento dobrou-se sobre si mesmo
Sem nenhum preparo e ouvindo escalabros
Foi empurrado goela abaixo
Trancado com correntes e cadeado
De segredo indecifrável

Mais uma vez o amor foi condenado
A viver no coração confinado
Respirando um ar viciado
Com os pulsos amarrados
E comendo o que lhe é dado

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