27.7.16
Lagartixas
Não se dão facilmente por vencidas
Refazem membros e rabos
Quando cortados
Tubarões
Repõe cada um dos dentes
Que lhe arrancados
Ursos
Simplesmente hibernam
No inverno apagam e esperam
Tartarugas
Levam suas casas consigo
Tendo sempre à mão tudo que precisam
Tatus
Se houver ameaça concreta
Fecham-se numa armadura que os isola dos inimigos
Formigas
Podem cair de qualquer altura e quando no chão
Andam apressadas sem precisar interromper suas rotinas
E nós, mais frágeis que a maioria das criaturas
Seguimos nos julgando senhores legítimos
Deste planeta que herdamos e estamos destruindo
O que temos como mais precioso e bem resolvido
Carregamos equilibrado no alto do pescoço
Protegido numa caixa tão quebrável quanto o vidro
E ainda fazemos desta ferramenta um uso muito restrito
Sempre antes atendendo a interesses próprios e depois aos do vizinho
Pena que isso nem sempre traga benefício pra si ou para o coletivo
Agora experimente bater forte com a cabeça na parede
Levar na boca um murro certeiro, amputar alguns dedos
Ou pular do terceiro andar de um prédio direto no cimento
Ainda assim nos sentiremos superiores?
Sobrará algo inteiro para continuarmos nos gabando?
Não seria o momento de adotar uma mudança de conceitos?
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