30.4.10

Santo Antão vencido


Quando passas
A pedalar ligeira
O teu perfume
Como as ladainhas dos missais
Se derrama pelo passeio
Feito pequeninos cristais

Trilha iluminada
Prêmio da criação
Onde o meu olhar é cativo
E a acompanhar-te é obrigado
Até que desapareças
A caminho do paraíso

Impossível não admirar-te
És livre
És bela
És viva
A consubstanciação do milagre
A consagração da alegria

O que sinto
Não se cala sozinho
Insuportável é o desejo
Amargo o celibatário desígnio
Fogo que arde por dentro
E me faz hesitar no juramento

Concretiza os meus sonhos
Ninfa dourada
Vem para que te possuas
Vênus da praia
Serás deusa em meu altar
E como rainha na casa do supremo hei de te louvar

Um comentário:

Magali Geara Penna disse...

Todas as ondas douradas levam e trazem as ninfas e me perco no brilho das conchinhas na areia