20.4.10
O poema é folha
Que no outono
Amarelece em silêncio
Mesmo sem querer
Solta-se do galho
E voa no vento
Sempre há de encontrar um chão
Num bosque ou beira da estrada
Comporá o solo
Se em húmus for transformada
Mas se cair sobre as pedras
Exposta ao tempo
E muito pisada
Desaparecerá como se toda uma existência
Não lhe tivesse valido nada
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