26.8.09
Em tempo
(para Rui Gassen - a propósito de suas crono-indagações)
Quando muito menino
Me lembro
De tentar ver o tempo
Trabalhando
Dentro do relógio
Peguei o despertador da casa
As ferramentas
(Das crianças muito bem resguardadas)
E iniciei a delicada prospecção
Peça por peça
Engrenagem por engrenagem
Corda para um lado
Ponteiros para o outro
Dedo cortado pelo vidro mal polido
Mas o tempo mesmo não encontrei
Decepcionado
Tentei desfazer o estrago
Nada parecia querer retornar
Para a antiga posição
Cresceram as peças?
Diminuiu o espaço?
Tudo parou
A caixa não mais tic-taqueava
Até que vi o cuco no alto da sala
Rapidamente compreendi
Que ali devia estar o tempo
Zombando de mim
Já há muito cantando
Em outro esconderijo instalado
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5 comentários:
Belo poema. O divertimento para clarinete que dá nome ao blog existe mesmo?
http://www.tipos.com.br/areas/beethoven/
Olá, LvB
Este divertimento, na verdade, não existe.
Ele é a renomeação de um outro blog que tive "O Cio da Palavra". Mas como já exite um livro de poemas com este nome julguei melhor mudar.
Gosto e já toquei clarinete no passado e por isso resgatei o instrumento mesmo que seja só no nome.
Um abraço
Nossa!
Eu teria medo se um blogueiro com um nome tão poderoso entrasse no meu blog e descobrisse meus rastejos no piano
Abraços Rui
Hahaha! É só um pseudônimo, Rui! Soa um pouco pretensioso, mas é resultado de pura admiração.
acho que esta foi a sequencia de comentarios mais sem sentido - e das mais lindas - que ja vi em blogs.
o que faz o tempo!
pois.
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