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(para Ivete Tannus)
Solstício de inverno
Frente a janela
Por longo tempo parado
A rua não convida
Uma cômoda paralisia se instala
E o sentimento é nenhum
Com o rosto colado no vidro
Observo o condensado opaco
De meu hálito matutino
Com o dedo escrevo:
As alegrias que tive
Criei-as todas
Nenhuma me veio porque quis
Usei-as enquanto pude
Mas escaparam-me
(Sem exceção)
Assim que dormi
Um comentário:
De fato as alegrias são tão fugidias como o vapor condedensado no vidro, mas não só elas, também as tristezas e a própria vida.
Rui
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