15.4.16
Te deixo em frangalhos
E saio me sentindo um carrasco
Pego o primeiro taxi que passa
Ordeno ao motorista que siga para qualquer lugar
Que só me dirija a palavra quando eu mandar
E me ponho a chorar como quem se despede do mundo
Sem pedir consentimento
Ou querer saber se era de seu interesse
Começo a relatar ao estranho
Os detalhes mais íntimos
Deste amor absurdo
Falo por horas sem ser interrompido
Destilo toda espécie de impropérios e superlativos
Te culpando por tudo
Mesmo sabendo lá no fundo
Que estou sendo bastante injusto
Chego em casa com os olhos inchados
Mas no coração já um certo alívio
Apenas me preocupa agora
O fato do motorista ter nas mãos uma chave de roda
E no rosto um ar enfurecido
Além de ter que ouvir tanta baboseira
Já deve desconfiar o quanto estou falido
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