20.4.16

Manhã seguinte


Sozinho no quarto
Triste e paralisado

Luz ofuscante
Mormaço

A cabeça explodindo
E um péssimo hálito

Sobre o criado
Vestígios do que agora é passado

Restos de parafina grudados no verniz
O cinzeiro ressentindo os muitos tocos de cigarros

Aquele poema da Ana C. ainda marcado
O abajour coberto com teu (sempre esquecido) lenço dourado

A mancha seca do vinho no fundo das taças
Conservando (não sei até quando) um aroma deliciosamente frutado

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