29.4.16
Ma poésie
Il est précisément pour vous
Que cette nuit est absent
Et je l'avoue désireux
Effrayé et claquant des dents
Le froid que je me sens maintenant
Pas dure éternellement
O tempo me ensinou
Que as vivências da noite
São diferentes das do dia
E necessitam ser deixadas por lá, protegidas
Para que essas experiências
Não se sintam peixes fora d'água
Exilados em terras desconchecidas
Não devem ficar soltas
Sujeitas ao sol, chuva
E ao dispersar pelo vento
Precisam ficar cuidadosamente acomodadas
Numa caixinha
Para que continuem intactas
Límpidas e reluzentes
Para caso um dia
Outras noites venham a existir em nossas vidas
28.4.16
Odio
Cuando me roban el habla
Antes de terminar la elaboración
Y se atreven a intentar adivinar
La conclusión
No momento de te deixar
Achando que já dormias
Sem alarde tentei me levantar
Mas me alcançaste o ombro
Dizendo que só voltarias ao sono
Se te desse um último beijo
E um pouquinho mais de tempo
Como recusar ao ser amado
Algo assim tão singelo e necessário?
Ah, vontade de ficar
E me afundar para sempre neste abraço
27.4.16
Não consigo escapar deste roteiro
Num caminho que tão bem conheço
Estou sempre no meio
Entre quem amo
E quem odeio
26.4.16
Teu recato é sempre um desafio
Contigo meus argumentos
Mesmo que estrategicamente construídos
Em geral caem no vazio
Se saco uma rolha
Evocando borbulhas de um amor antigo
Ganho acesso aos teus assuntos de mulher em conflito
Um pouco mais de vinho
E consigo despertar alguma liberdade
Em teu comportamento feminino
Outra garrafa e um brinde em nome de algo que nunca será esquecido
E agora é tua alma de fêmea lasciva que me agarra
Percebo que mexi com uma fera em pleno cio
Por que será que nunca me arrependo de fazer isso?
25.4.16
23.4.16
Me sorprende
Que a pesar del tiempo
Siempre me quedo caliente
¿Sería por amor
O porque tan repetitivamente
Tu me dices no, no, no
Que llego a pensar que puede ser para siempre?
20.4.16
There is no put subtitle a movie
Which dares to portray
The end of love
A linguage has not yet been created
Whose words able to
Explain so much pain
Manhã seguinte
Sozinho no quarto
Triste e paralisado
Luz ofuscante
Mormaço
A cabeça explodindo
E um péssimo hálito
Sobre o criado
Vestígios do que agora é passado
Restos de parafina grudados no verniz
O cinzeiro ressentindo os muitos tocos de cigarros
Aquele poema da Ana C. ainda marcado
O abajour coberto com teu (sempre esquecido) lenço dourado
A mancha seca do vinho no fundo das taças
Conservando (não sei até quando) um aroma deliciosamente frutado
Adoro construir labirintos
Criar confusões
Dúvidas
Mudar convicções
Frases de duplo sentido
Invento de tudo
A todo o tempo
Invento até sentimento
E assim me divirto
Mas não sei
Se sou vítima inconsciente
Ou se minto mesmo
Assim descaradamente
Penso ter este direito
Afinal sou poeta
Não resisto
E nem tento
19.4.16
Eloigne-toi de moi
Ne pas corromps mes souvenirs
Je veux qu'elles persistent intactes afin
La façon dont les construit
Lamento
Por não termos vivido para sempre
Tudo o que nos prometemos
Que eu não tenha podido te dar
O que mais querias e em tempo
Torço para que surja alguém em tua vida
Que te mereça como achei que te merecia
E honre meu empréstimos com mais fundamentos
Pagando os juros e cada centavo do que fiquei te devendo
18.4.16
Siempre el mismo movimiento repetidor inútil
La misma escalera
Que por la noche subo para llegar al paraíso
Por la mañana
Me trae de vuelta para el piso bajo
Y la realidad me hace comprender
La imposibilidad de lo sucedido
O sofrimento só aumenta
Quando o sentimento
Deixa de ser amor
Vira obsessão
Se trasnformando numa doença
15.4.16
Te deixo em frangalhos
E saio me sentindo um carrasco
Pego o primeiro taxi que passa
Ordeno ao motorista que siga para qualquer lugar
Que só me dirija a palavra quando eu mandar
E me ponho a chorar como quem se despede do mundo
Sem pedir consentimento
Ou querer saber se era de seu interesse
Começo a relatar ao estranho
Os detalhes mais íntimos
Deste amor absurdo
Falo por horas sem ser interrompido
Destilo toda espécie de impropérios e superlativos
Te culpando por tudo
Mesmo sabendo lá no fundo
Que estou sendo bastante injusto
Chego em casa com os olhos inchados
Mas no coração já um certo alívio
Apenas me preocupa agora
O fato do motorista ter nas mãos uma chave de roda
E no rosto um ar enfurecido
Além de ter que ouvir tanta baboseira
Já deve desconfiar o quanto estou falido
Ainda pouco
Pensava nesse nosso amor
Perdido e mal desenhado
Gritei incorfomado:
“Sou mesmo amaldiçoado”
Invadiu-me uma dor insuportável
Estapeei-me em frente ao espelho do armário
Chorei
Gritei desesperado
E eis agora o resultado
Acabei rouco, hematomas no rosto e desidratado
Tristesse
Transatlantique
Impossibilité
Océanique
Plongée
Titanesque
Abyssal
Absurdité
Laissez la coque
En paix
Il est en fond
Ce qu'il veut rester
Triste comigo
Por ser um completo idiota
Um apaixonado incorrigível
Que nunca espera ouvir um não
E considera sempre tudo possível
14.4.16
A temível lagarta
Se arrasta voraz
E devora por completo
Irrefreável e contumaz
A planta de que mais gostar
Vista agora como uma inocente borboleta
Nem sequer levanta a suspeita
De tudo que causou
Antes de se transformar
Passa a ser admirada apenas
Pela riqueza de suas cores
A graça de seu vôo
E o seu papel entre os polinizadores
13.4.16
É preciso diversificar o olhar
Não deixar de observar
Mesmo os lados de onde não esperamos
Que algo de bom possa nos chegar
Afinal a vida é imprevisível
E se estivermnos muito distraídos
A solução pode não nos encontrar
Não sejamos reféns de sentimentos envelhecidos
Mesmo que ainda estejam vivos
Se foram condenados a fracassar
Senão corremos o risco
De ter que nos acostumar a viver eternamente
No buraco que nós mesmos decidimos cavar
12.4.16
Você há de convir
Que assim
Me segurando pelo queixo
Chamando minha atenção
E me enchendo de desejo
Não é a melhor situação
Para que surja a poesia
Isso difere um pouco
De meus momentos de criação
11.4.16
… foi quando ela me disse:
- Velho ridículo,
Sua decrepitude já é nítida!
Só você não a admite
Faça uma verificação bem simples:
Coloque-se em pé
Alinhe o corpo e olhe para baixo
Agora tente se lembrar há quanto tempo
A barriga o impede de enxergar
A ponta do seu caralho
… aí eu não me contive e tive que lhe responder:
- Infeliz criatura
Te perdôo pela ignorâcia
Mas não pela grosseria e desrespeito à minha cultura
De onde venho, quando um homem chega na minha idade
Ter uma barriguinha é motivo até de certo orgulho
Simboliza prosperidade
8.4.16
Abandonei a cautela
E mergulhei incondicionalmente nesse amor
Foi tanto o entusiasmo
Que desci convicto todo o tempo
De que sabia exatamente aonde iria chegar
Mas mesmo tendo inspirado ao máximo
A profundidade foi tanta
Que acabou-me o ar
Ficando impossível regressar
Só me restava um caminho
E ao te ver tão linda
Me acenando, sorrindo
E convidando a continuar
Obedeci sem pestanejar
Pois continuo acreditando neste amor
Sei que não alucino
E que ainda sou capaz de te alcançar
7.4.16
A caixa craniana que cada um de nós
Carrega sobre o pescoço
É um pequeno vaso
Que um dia alguém deixou alí montado
Cuidar dele é muito fácil
E vale a pena dedicar-lhe
Um pequeno tempo diário
Não exige teoria, maiores esforços
Ambiente sofisticado
E muito menos gastos
Se esquecido ou abandonado
Torna-se triste
Árido e desvitalizado
Com um pouco de água
Luz, carinho
E a retirada dos matos
As plantas vingam vigorosas
As flores perfumadas
E bastante atrativas para abelhas e pássaros
E é claro, que a partir daí
Para nascerem bons frutos
É só mais um passo
6.4.16
Il a appris avec elle
Conduire à la vie
Moins compliqué
Ce fut un processus très difficile
Il a impliqué renonciation et sacrifice
Mais maintenant
Avec ses routines modifiées
Il est plus libre et heureux
Déjà à récolter les bénéfices
Entre espelhos
Tenho acesso
Ao que normalmente não vejo
Um pequeno ajuste
De ângulo e posicionamento
E o verso do ser se descortina
Ficando exposta a face oposta de mim mesmo
Complementação monótona e vazia
Infinita repetição de movimento
Caleidoscópica fantasia
Nascísico encantamento
5.4.16
Why
Did you bring me back to life
When rather have died?
You forced me to live
With wounds that never heal
And that is why I must be
Eternally grateful to you?
Pássaros não mastigam
Bicam
Cortam em pedaços pequenos
O que querem comer
Ou engolem inteiros
Frutos e sementes
Desde que passem bem
Por seus pescocinhos estreitos
4.4.16
El corazón de cada uno de nosotros
Es un pequeño lago
Y debe mantener a los peces en buen estado
Para que ellos, en el espacio confinado
Aunque siendo de diferentes especies
Sean capaces de vivir armonizados
Sin comerse unos a otros
Si por casualidad un día
No pueden tener el alimento adecuado
Penso que agora será possível esquecer você
E isto deve acontecer
Não pela sua inabalável recusa em me entregar o seu amor
Mas sim porque usei as últimas gotas do perfume
Com o qual, em um de meus aniversários, você me presenteou
Foi o único exemplar dos tantos que tenho sobre a cômoda
Que antes de vencer, se esgotou
Todos os demais perderam os aromas, o frescor
Estão saturados de ranço e álcool
E frasco, lá em casa, sem conteúdo de nada serve
Vai sendo empurrado de um lado para o outro
Por um tempo vira cinzeiro, peso para papel, porta-velas, vaso
Fica enconstado em algum canto, para não ocupar espaço
Até que um dia, com sua inutilidade finalmente reconhecida
Acaba na lata do lixo fazendo companhia às tantas garrafas de vinho vazias
Até ser levado pelo carroceiro a um centro de triagem
E por fim uma usina de reciclagem
Onde a fusão de seu corpo aos muitos outros corpos de mesma sina
Promoverá o nascimento de um ser renovado
Uma nova identidade para uma nova vida
1.4.16
O momento é de provação
E a primeira palavra
É sempre não
É sempre não
O tempo insiste
O corpo exige
E o amor permite
Quem ama contesta
Reluta mas não nega
E por fim se entrega
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