Não foi por acaso que passei aqui
Em frente ao castelo
Nossa antiga morada
Achei que estarias na janela
Como tantas vezes te vi
Enquanto me esperavas
Imaginei que mais uma vez
Iria te pedir pra voltar
Sentar contigo na sala de mãos dadas
Ficar só te olhando no rosto (sem nada falar)
Com a certeza do teu perdão
E de estarmos na mesma estrada
Mas vejo que os gerânios morreram secos
Que as venezianas estão fechadas
Que as venezianas estão fechadas
E no portão há uma corrente enferrujada
A grama cresce farta e apagando o passeio
A tinta dos muros cede com o peso dos verdetes
E a vinha toma conta da fachada
Minhas cartas espalhadas pelo chão
Não cabem mais na caixa do correio
E se degradam com as letras apagadas
Aonde estás, minha Linda?
Converso contigo em pensamento
Noite e dia, e nada!
Jamais pensei que pudesse te perder
Ainda não entendo o que nos aconteceu
E por que este pesadelo nunca acaba
Deve haver um jeito de driblar o destino
Tampar os furos, reparar o mecanismo
Colocar o barco de novo na rota adequada
Recuperar o teu amor
Usar a dor como lição aprendida
E escapar desta cilada
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