Brilham por brilhar
Razão que lhes dá prestígio
Estrelas não choram
Não sofrem
Não acumulam se não podem carregar
Não anseiam por alívio
Apenas brilham
E aceitam caladas o seu destino
No universo profundo
Nem mesmo estão fixas num lugar
Estrelas não se comparam
Não se cobram por vaidades
No vácuo absoluto
Não põem em disputa seus brilhos
Sabem que cada uma tem seu momento
E não cabem vontades em tudo isso
No escuro imensurável
Brilham se auto-consumindo
Têm suas responsabilidades
E seus satélites dependem deste brilho
Recebem de bom grado cometas e meteoritos
Mas só os aceitam plasmáticos e desconstruídos
Estrelas às vezes brigam
Quando acidentalmente se esbarram no caminho
Muitas das que vejo nem mais existem (já me foi dito)
Mas não as consigo diferenciar neste quesito
Para mim continuam lá
Simplesmente brilham
Se as identifico
É porque ainda sensibilizam minhas retinas
E na desproporção infinita
Entre nossos ciclos de vida
Eternamente as verei brilhar
E isso me causa alívio
Tomo estes fatos como lição a ser aprendida
É preciso estar convencido
De que diante da infinitude das galáxias
Não sou mais que um ridículo cisco
É preciso estar convencido
De que diante da infinitude das galáxias
Não sou mais que um ridículo cisco
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