26.11.15

Estrelas brilham sem motivo



Brilham por brilhar
Razão que lhes dá prestígio

Estrelas não choram
Não sofrem

Não acumulam se não podem carregar
Não anseiam por alívio

Apenas brilham
E aceitam caladas o seu destino

No universo profundo
Nem mesmo estão fixas num lugar

Estrelas não se comparam
Não se cobram por vaidades

No vácuo absoluto
Não põem em disputa seus brilhos

Sabem que cada uma tem seu momento
E não cabem vontades em tudo isso

No escuro imensurável
Brilham se auto-consumindo

Têm suas responsabilidades
E seus satélites dependem deste brilho

Recebem de bom grado cometas e meteoritos
Mas só os aceitam plasmáticos e desconstruídos

Estrelas às vezes brigam
Quando acidentalmente se esbarram no caminho

Muitas das que vejo nem mais existem (já me foi dito)
Mas não as consigo diferenciar neste quesito

Para mim continuam lá
Simplesmente brilham

Se as identifico
É porque ainda sensibilizam minhas retinas

E na desproporção infinita
Entre nossos ciclos de vida

Eternamente as verei brilhar
E isso me causa alívio

Tomo estes fatos como lição a ser aprendida
É preciso estar convencido

De que diante da infinitude das galáxias
Não sou mais que um ridículo cisco

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