Preciso que leias
Os textos que trago no
corpo
E os que no teu corpo escrevo também
Leia-me devagar
De trás para frenteDe frente para trás
De baixo para cima
De cima para baixo
Cruzado
Leia-me lentamente
RápidoOu indo e voltando simplemente
A plenos pulmões
gritando
Pensando em silêncioOu ao pé do ouvido sussurrando
Me empurrando pro lado
Me puxando de voltaAo mesmo tempo querendo e rejeitando
Leia-me meu bem
Com o ardor de quem
honra quem escrevePois sabe que é obra do amor
Amor que não se cala
com silenciar da boca
Com o aquietar dos
quadrisMantendo-se às vísceras atado
Que não se esgota ao
secar da pele
Mantendo o abraçoMesmo com o baixar da febre
Memorize cada
palavra
Cada gozo em urros
declamadoVersos escritos com ferro em brasa
Leia-me e não deixe que este
precioso alfarrábio
Desabe no abismo do esquecimentoE se perca neste infinito vácuo
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