3.3.10

Sem alfombras ou açucenas


Se na passagem do tempo
O amor morre

O outro veste de aceite
O indeformável esqueleto

Pés-de-cabra violam portas
Que levam a lugar nenhum

Um sepulcral silêncio
Comunga no chá da tarde
Com estiagens de luz

A sede amarra as bocas
E as fazem cuspir efígies
Escaravelhos

Mãos dormentes com dedos tortos
Sem ajuda
Não conseguem perlustrar livros

Migrânea explosiva
Corpo
Que por uma guilhotina suplica

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