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Um muro de pedras
Se ergue por trás de minhas costas
Rouba metade de meu mundo
E me empurra para o abismo à frente
Emerge deste brutal monumento
Uma garra com unhas afiadas
Que transfixa o meu crânio
Me prende pelas órbitas
E me impede de olhar para o chão
Nada sinto
Uma névoa vermelha
De sangue e vento
Tinge o meu rosto
E embaça a paisagem
Dias e noites se sucedem
Com o corpo ressequido e magro
E o pensamento dormente
Poderia permanecer assim suspenso no ar
Tranquilo para sempre
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