22.2.10

Sonho


Um muro de pedras
Se ergue por trás de minhas costas
Rouba metade de meu mundo
E me empurra para o abismo à frente

Emerge deste brutal monumento
Uma garra com unhas afiadas
Que transfixa o meu crânio
Me prende pelas órbitas
E me impede de olhar para o chão

Nada sinto

Uma névoa vermelha
De sangue e vento
Tinge o meu rosto
E embaça a paisagem

Dias e noites se sucedem

Com o corpo ressequido e magro
E o pensamento dormente
Poderia permanecer assim suspenso no ar
Tranquilo para sempre

Nenhum comentário: