13.11.09

O último paralelepípedo de minha rua


(para Maria Helena Sato)

Não permiti
Que fosse pelo asfalto soterrado
Trouxe-o para casa
Como um troféu conquistado

Bloco ígneo
De granito cinza e pesado
Moldado ao longo de eras
E muito útil para na cabeça de alguns ser lançado

Ponteado de pequeninas luzes
Incrustações de quartzo
Delicadamente espalhadas
No amorfo substrato

Lembrança de um tempo
Em que a terra (um pouco menos generosa)
Não tinha seus poros vedados
Por nenhuma manta betuminosa

Um comentário:

Neide Rigo disse...

ah, o paralelepipedo! Ele aparece aqui: http://come-se.blogspot.com/2007/12/himalayan-salt-licks-for-horses-ponies.html

beijos, n