14.9.09

Espalho as folhas


(para Fernando Ferreira de Loanda)

Com meus escritos
Ao vento
E observo
Como podem ser
Livres
Meus pensamentos

Algumas folhas
Esbarram nos vincados rostos
Dos passantes apressados
Caem ao solo
Se colam no asfalto
E gravam lá seus mais íntimos conteúdos

Outras são repetitivamente marcadas
Destituídas de sentidos
Pelas digitais emborrachadas
De pneus presbiopes

As últimas
Serão levadas pela enxurrada
Até que o mar as receba
E e as dissolva

Letras soltas
Em solo arenoso
A instruir
Seres abissais

Nenhum comentário: