17.5.18
No semáforo
Ele não permite mais ninguém
Não divide seu espaço
Artistas, desocupados
Pedintes, pastores mal encarados
Ambulantes e suas quinquilharias
Todos dali são enxotados
Quando param os carros
Se os faróis estão apagados
Ele ordena que se acendam
Abrindo os braços
Todos lhe obedecem
Como que hipnotizados
É seu direito inquestionável
Como dono do espaço
Autodenomina-se Profeta, o Ungido
E só assim aceita ser chamado
Está incumbido de uma dura missão
Um trabalho que não pode ser delegado
O de salvar o planeta de todo o mal
Usando os poderes que lhe foram dados
Afirma pra todo mundo que nunca mais comerá
Mas está visivelmente esquálido
Porém muito ativo
Impressiona seu olhar injetado
Serpenteia alucinadamente entre os veículos
Com seu corpo sujo e magro
Diz absorver toda a energia de que precisa
Tocando na luz acesa do farol baixo
São suficientes 3 segundo por lâmpada
E não mais que uma por carro
O procedimento exige que fique com a mão espalmada
Sorvendo a energia em contato com o plástico
Nunca mais adoecerá
Só precisa de 20 contatos por intervalo
Viverá para sempre
Se não falhar em seu labor sagrado
Está disposto a servir como mártir
Pelo tempo que se fizer necessário
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