4.10.17

O tempo me atropela


Me arranca do porto
No momento em que estou mais frágil
Menos disposto
Desamarrado
Sem um mínimo lastro

Vidraça estilhaçada
Atingida pelas pedras
Dos que vêm em disparada
E sem pedir licença
De forma truculenta

Usam punhos e cotovelos
Para ganharem espaço
Mesmo sem conferir
Se há ou não um abismo
Após o próximo passo

Não suportam esperar
Precisam logo chegar
Mas como nunca sabem ao certo
Aonde querem ir
Estão sempre prontos pra de novo partir

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