25.5.16
Te deixo na madrugada
E sigo pelo que imagino ser o caminho da lua
Com raios impedindo que eu saia da calçada e fique pela rua
Sou alcançado pela chuva e assim vou resfriando minha alma
Sempre tão exigida e machucada
Olho para trás
E vejo que os passos que marcaram a lama
Vão sendo levados pela enchurrada
E acabam submergindo nas poças formadas
Decido caminhar descalço
E quando chego em casa já sou outro
Não mais me reconheço como aquele que há pouco
Em teus braços gemia e arfava
Preciso dormir e restaurar este meu corpo exausto
Jogar fora o livro de poemas que ainda levo no bolso
Agora enxarcado e sem a última página
Que a contragosto foi sumariamente arrancada
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