3.3.16

Quase no topo do mundo



Sentindo-me protegido por vidros múltiplos
Assisto um manto felpudo de nuvens
Cobrir de negro o céu por inteiro

Rastilhos de prata
Espalham-se sem controle
Como que vindos do nada

Chãos encapados
Várzeas tomadas, morros pelados
Adensamentos por todos os lados

A tempestade desaba maciça
Urrando furiosa
Ao som dos trovões

Trazendo alagamentos
Quedas de árvores, deslizamentos
Caos, paralisia e medo

A natureza severa e ressentida
Senhora do mundo
Tenta ao seu modo nos disciplinar

Mas insistimos em errar
Correndo o risco de perdermos tudo o que construímos
Pois sozinhos não conseguiremos parar

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