Sentindo-me protegido por vidros múltiplos
Assisto um manto felpudo de nuvens
Cobrir de negro o céu por inteiro
Rastilhos de prata
Espalham-se sem controle
Como que vindos do nada
Chãos encapados
Várzeas tomadas, morros pelados
Adensamentos por todos os lados
A tempestade desaba maciça
Urrando furiosa
Ao som dos trovões
Trazendo alagamentos
Quedas de árvores, deslizamentos
Caos, paralisia e medo
A natureza severa e ressentida
Senhora do mundo
Tenta ao seu modo nos disciplinar
Mas insistimos em errar
Correndo o risco de perdermos tudo o que construímos
Pois sozinhos não conseguiremos parar
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