26.6.14

Adeus, foi esta a última palavra



E não poderia ser outra
Resultou numa dor infinita quando proferida
Precisou de fórcep para ser parida

Não se usa a tenaz como única alternativa
Sem que se tenha uma boa dose de medo
Sem que haja uma ameaça real à vida

Pois não é pequena a chance de sequelas
Interpretações equivocadas
Desespero e mágoas

Quis o destino que em suas histórias
Cruzariam novamente
Caminhos e trajetórias

O tempo não impediu o reconhecimento
E depois de tantas jornadas e batalhas
Havia muito a ser compreendido e relatado

Parearam conquistas e afinidades
E constataram como as guerras lhes tinham dado
Cicatrizes nas almas e transformado as faces

Compararam seus uniformes puídos
E verificaram com enorme tristeza
Que hoje eram de exércitos irreconsiliáveis e distintos

As forças lhes faltaram, estavam cansados
Os pés descalços não suportariam
Caminhar sobre tantos espinhos

Seus reinos eram por demais distanciados
Os obstáculos intransponíveis, excessivos
E não poderiam negar a única verdade: era tarde

Montaram então suas cavalgaduras
Fizeram uma recíproca reverência
Deram vivas aos Deuses e Majestades

Emperdigaram os narizes, proferiram o derradeiro vocábulo
E seguiram viagem tomando direções divergentes
De volta às terras de suas gentes

Onde cada qual teria como reencontrar
Com seus corpos restaurados e corações acalmados
A felicidade a que tinham direito, como tesouro herdado

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