22.5.14

Me vejo em pedaços



Jogo das metades que se encaram
Dicotomia
Que aproxima e distancia
Interface absoluta
Repetitivamente se encaixam
Sem que jamais ocorra a mistura

Caleidoscópio
Sem hiatos
Ângulos obtusos
Arranjos confusos
Instáveis
Inusitados

Não há cantos cegos
As imagens são lindas
Simétricas e coloridas
Iluminam a vida
São infinitas no cilindro
Que nunca termina

Força e vontade
Amor em quantidade
Lado de lá/Lado de cá
Cabeças sem corpos/Corpos sem cabeças
Cabo de guerra
Não se vê desigualdade
 
Compartimento sem portas
Em que não se sabe como entrar
Espelhos lisos demais para se escalar
Não há como escapar
Apenas uma janela para olhar
Impasse

É preciso respirar
Dimensionar espaços e intensidades
Saber o que a realidade pode dar
Ser pragmático
E por um tempo
Parar com o inútil girar

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