22.2.18

Quando chegas da rua


Tarde e cansada
Com tuas tarefas cumpridas
E o humor em frangalhos.
Já estou deitado
De banho tomado
Luz discreta no quaro
Mas sem conseguir baixar a guarda
E atravessar a linha
Para o outro lado.

Pensamentos embaralhados
Me sentindo pequeno
Sensível, frágil.
Teu toque é delicado
Mas tua mão está fria.
Teus cabelos ressentem
À fuligem úmida
De uma madrugada que não termina.

Me beijas a testa
Há um adocicado etílico no teu hálito
E eu gosto disso.
Teus lábios estão secos, ásperos
E assim, como que desencantado
Alguma coisa se acalma em mim.
Finalmente estás aqui
Este é o teu lugar.

Agora vem cá
Deixa de lado o celular
E deita-te comigo
Enquanto ainda estamos vivos.
Para que juntinhos
Guardando o silêncio
Possamos nos aquecer, descansar
E dormir em paz.

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