23.6.16

… foi só quando me vi sozinho outra vez


É que pude olhar para trás
E perceber como em casa
Havia objetos demais
E tudo (completamente) fora do lugar

Me mantive obscecado em te cercar
Em te atender
Sem conseguir aceitar
Que mesmo amando com toda a intensidade do ser
A vida de um sujeito não pode parar

E agora que as coisas parecem voltar a andar
Preciso separar o que deve ser mantido
De todo o resto que perdeu o sentido
Embalar os objetos com cuidado e (simplesmente) dispensar

Cada souvenir que vejo, cada mimo
Carrega a lembrança do momento vivido
Mas é preciso que o desapego seja contínuo
Retomar os espaços que dentro de mim são necessários
E ainda há muito que arrumar

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