18.6.15

Um mar de sangue no amarrotado dos lençóis



Foi o que ficou na lembrança
Sangramos muito
Fluido rutilante que nos escorria

Você aos jorros com suas carnes abertas
Sem entender bem o que acontecia

Eu com minhas lágrimas rubras
Conjuntivas infartadas
Artérias destroçadas pela própria mordida

Encerramos nosso tempo em constrito esgotamento
Olhando o silêncio e o estrago que nos envolvia

Tendo que gravar o vermelho nas retinas
Que se espalhava por paredes
Piso, cortinas

E que nos acompanhou pelo caminho
Passando a tingir tudo em nossas vidas

Almodóvar certamente se divertiria
Vendo tão fielmente reproduzidas
Suas mais loucas picardias

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