17.2.14

Acreditando



Que sou mais do que penso ser
E se de mim mesmo
Tão pouco ainda conseguirei saber

Como julgar alguém que hoje
Expressa tamanha amargura
Mas é assim que insiste em viver?

Ser que há tempos foi rei
Que em silêncio abdicou do trono
Por motivos que jamais entenderei

Que manteve blindadas
Suas entranhas
E nunca as mostrou a ninguém

Terá ele resolvido suas inquietações
Seus próprios motivos
Encontrando no além algo que só ele vê?

Procurou em vão tateando no escuro
A redenção em outro paraíso
E se viu obrigado a retornar ao ninho?

Ou terá desistido quando em definitivo
Esgotado e sem fôlego
Só lhe restou aceitar-se por vencido?

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