20.1.14

O poeta é um ser desesperado



Um louco
Que não aceita ser tratado

Um inconsequente que cutuca
Tudo que por dentro possa ser despertado

Que no alto do precipício vocifera
Assustando os que estão lá embaixo

Que sangra pelo umbigo
Fazendo chover o seu mais precioso fluido

Mas que quase nunca encontra
Quem lhe dê ouvidos

Aí seus olhos injetados
Entristecem e murcham

Inofensivos se calam
Um olhar vago no infinito

O alienado percebendo-se só
Aceita seu destino

E trilha o caminho do palpável
Que o traz de volta à planície são e salvo

Um comentário:

José disse...

Um breve agradecimento ao poeta, que mesmo não ouvido, por muitos é lido.