Para que desde o início
me entendas
Sou nômade por
natureza
E não é este o fim do
meu caminho
Fui entalhado em tempestades de areia
Abasteço aqui o meu
cantil
Tiro as sandálias
E recupero as forças
Descansando à sombra
das palmeiras
Estou neste reino de passagem
E me sinto divido
Ao ouvir todo o tempo
O deserto ordenando que eu siga em viagem
Quando me convidas
Para conhecer o teu
corpo
Me delicio com o
banquete e me espanto
Pois não me vejo como
visita
Demoro-me mais neste
oásis
Armo nele minha tenda
Sou um pequeno cometa
num céu imenso
Vendo sucederem-se luas
e estrelas