25.7.13

Que amor é esse?



Retrato que penduro no pescoço
Desbotado denuncia a idade
E me remete a um tempo
Em que tudo era mais simples
A própria leveza da mocidade

Que amor é esse?
Que prendo em meu chaveiro
Carrego sempre comigo
Tentando abrir as portas
Que surgem pelo caminho

Que amor é esse?
Que permite minha entrada
Num ambiente tão protegido
Mas ao mesmo tempo impede
Que eu me aprofunde neste labirinto

Que amor é esse?
Que deixa crescer o mato apagando caminhos
Escondendo céu e horizonte
Me abandona na floresta sozinho
E apenas com o instinto quer que eu conte

Que amor é esse?
Que nunca se desfaz do lixo
Entulha os espaços
Ocupando os ambientes mais íntimos
E sufocado pelo fedor e podridão
Serve apenas de refeição para ratos famintos

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