Retrato que penduro no pescoço
E me remete a um tempo
Em que tudo era mais simples
A própria leveza da mocidade
Que amor é esse?
Que prendo em meu
chaveiroCarrego sempre comigo
Tentando abrir as portas
Que surgem pelo caminho
Que amor é esse?
Que permite minha
entradaNum ambiente tão protegido
Mas ao mesmo tempo impede
Que eu me aprofunde neste labirinto
Que amor é esse?
Que deixa crescer o
mato apagando caminhosEscondendo céu e horizonte
Me abandona na floresta sozinho
E apenas com o instinto quer que eu conte
Que amor é esse?
Que nunca se desfaz do
lixoEntulha os espaços
Ocupando os ambientes mais íntimos
E sufocado pelo fedor e podridão
Serve apenas de refeição para ratos famintos
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