9.5.13

Hoje acordei com o braço esquerdo doendo


O mesmo que fraquejou
E quase não aguentou o teu peso
No dia em que retornaste
À terra em que nascemos

Não aceitei
Que ninguém pusesse a mão em ti
Fiz o que tinha a obrigação de fazer
Limpei o teu corpo
Lacrei tuas portas
Vesti em ti o terno novo
Arrumei-te com dignidade
Para o último pouso

Por toda a vida recusaste flores
Mas nisto fiz questão de desobedecer-te
Flutuaste num mar de cravos amarelos

E foi só neste momento
Observando no teu rosto
As semelhanças que temos
Que me permiti um explícito choro

Foi aí que cresci
Foi aí que abandonei para sempre
A criança que havia em mim
E decidi que seria forte
E decidi que seria feliz

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