27.4.11
Tarde em São Paulo
A cortina cinza se desmancha em lágrimas
Sobre o rosário de carros
Que se estende à frente
Nestas ruas paradas
Incontáveis almas
Que como a minha
Jazem entorpecidas
Num claustro escuro e abafado
Contas vermelhas
Borradas
Quase arrastadas pela força da enxurrada
Roncos monótonos repetindo a mesma ladainha
Penitência fielmente cumprida
Até a redenção prometida
Nos braços de quem possui alguém que as espere
No final de mais um longo dia
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