25.3.11
Não sigo para o mar
Sempre fui diferente
Entre outras façanhas
Para o interior levei muita gente
(Os antigos habitantes do lugar diziam que o rio é o pai de tudo)
Aqui perdi a paternidade
Retificaram meu trajeto
Roubaram minha várzea
Envenenaram meu corpo
Engessaram minhas margens
Devassaram-me a intimidade
(Diziam também que meu nome significa: o que serve para tudo)
Não sirvo mais para muito
Como no passado
E numa calha pútrida
Fui transformado
Em mim não se pesca
Não se nada
Quase não se navega
E ainda reclamam
Quando não suporto o inchaço
E sangro
Em pontos isolados
Vivo em minhas memórias
Tietê de outrora
Fotos amareladas
Retratos de antigas glórias
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