Não resisti

E já que estava passando por ali
Resolvi fazer-lhe uma visita.
Ela parece não se importar
Com o que acontece lá em cima.

Conserva-se assim,
Com todo o recato,
Imersa em seu mundo,
Satisfeita e pudica.

É linda.
E sua voz melodiosa e delicada
É um coro de fadas
Uma obra-prima.

Passaria a vida admirando-a,
Não permitindo que nada mudasse,
Mas, sempre acabo me deixando levar pelo desejo
Vencendo suas barreiras e invadindo sua intimidade.

Ela é farta e generosa no que oferece.
Com ela, é fácil chegar ao êxtase.
Sua força telúrica eleva a minha alma
E fortalece as minhas energias.

Estar com ela é sentir-se abrigado.
Amado e renovado.
É atingir plena comunhão com a natureza.
Saio dela sempre melhor do que quando entrei.

Ela sabe de sua importância
E promete estar lá,
Sempre disposta a receber bem
Àqueles que reconheçam seus méritos e competências.

Precisamos estar alertas
Mantê-la protegida,
Para que seja eterna e nenhum mal lhe aconteça.
Salve, salve a cachoeira!

I love you and hate you at the same time

By the simple fact
That I can not forget you

I Know now that what matters
Is to continue forward

Pay attention to what I have in the now
But what can I do

If what happened there in the past
Was it so much of animpact and was it so true?

Não é possível

Viver sem errar
Pelo menos uma vez

Não vale a pena
Viver sem amar

E não dá
Só pra esperar

Já que a morte
Sempre vem

Ton amour est une illusuion

Aussi faux que le clair de lune
Il est juste un feflet

Mais c'est toujours précieux
Parce que c'est beau

Et il sert d'inspiration
Pour mes vers

Quando você demora

Passando muito tempo fora
E volta

Nunca está da mesma forma
Existe sempre uma diferença

Sempre falta algo
Ou alguma coisa nova se apresenta

Assim que amanhece

Em baixo do viaduto
Recuados do meio-fio
Eles são acordados
De forma pouco gentil

As polícia os expulsa
Não podem ficar ali parados
A cidade deve parecer limpa
É preciso liberar o espaço

O lixo está espalhado
E na distância, quem passa repara
O odor de sujeira, urina e fezes
É indisfarçável

Precisam ser mantidos
Invisíveis e dispersos
Sempre andando
Em direção ao nada

Ao menos durante o dia
Para que a máquina possa funcionar
E produzir
Sem ser importunada

Na cena seguinte entram os pombos
Refastelam-se no café da manhã
Com as sobras dos prostituídos
Viciados, vagabundos e loucos

Na sequência entra
O uniformizado esquadrão da faxina
Seguido de um caminhão-pipa
Com sua implacável mangueira higienista

Aí, mais tarde
Bem mais tarde
Quando a maior parte dos olhares
Já está imerso no merecido descanso

Os exilados iniciam seu retorno
Como uma legião de autômatos
Um a um, voltando a se reunir
Todos no mesmo ponto

Ficarão ali aninhados
Com seus objetos, cães e trapos
São doentes
Bêbados, famintos e drogados

Apenas tentando enfrentar
E vencer juntos em torno do fogo
Mais uma noite fria
Sem nenhuma outra expectativa

Como um filme
Que sempre se repeti
Nas minhas muitas idas e vindas
Já presenciei todas as etapas desta sina

O problema é crescente e difícil de ser solucionado
Nossa única esperança
É estimular e ampliar o que já foi feito de bom
Recusar qualquer retrocesso cego ou mau intencionado

Exigir de políticos políticas pautadas
Nestas questões e sua abordagem
Vigilância e cobrança contínuas
De toda a sociedade

Ela diz que eu a faço rir

Mas isso só acontece
Pelo fato de ela existir

Ela é cheia de luz
E reflete em mim

Ela ilumina o meu humor
Como ficar triste ao lado de um ser assim?

Ela é toda amor
É o meu amor

Ela ajuda a dar sentido aos meus dias
E, mesmo sem saber, já salvou a minha vida

Expressar o amor

Com palavras
É uma tarefa frustrada
Poemas são tentativas
De desenvolvimento do tema
É a representação de algo
Que jamais se conseguirá retratar
Em toda a sua extensão

A estrutura do amor

Tem um arranjo
Cristaliforme
Quando se parte
Não quebra
Não morre
De uma forma precisa
Se abre
Sofrendo clivagem

Isso lhe dá a vantagem
Ou desvantagem
De guardar
Em cada fragmento
Por menor que seja
As mesmas características
E propriedades
De um amor inteiro

Rainha

Vestida de gala
Com as joias da família
Cetro sobre o outro trono
Portando manto e tiara
Assistindo passar outono após outono

Há muito se esqueceu como é ter companhia
Na quilométrica mesa
Com arranjo esmerado
Pratos, talheres e taças
Jazem desocupados

Um palácio inteiro só para si
No grande salão de baile
Qual alguém já sem sanidade
Dança o minueto alternado os papéis
Metade a metade

Sobe na torre mais alta do castelo
Com a lembrança percorrendo-lhe os olhos
Observa seus domínios
Tentando achar na distância seu antigo amor
o lendário forasteiro desaparecido

Ele lhe roubou o coração
Matou-lhe a paixão
E paralisou sua via desde que partiu
Deixando no lugar
Um imenso vazio

O vinho desperta-lhe instintos de fêmea
Ordena que um serviçal com ela se deite
Que em silêncio cumpra com seus deveres
E antes que o dia clareie
Se retire sumariamente

Sonhei que estava contigo

Sozinho aqui
Sinto frio
E é grande demais o vazio

Me lembrei de cada detalhe desse sonho antigo
Anseio pelo dia em que retornarás
Ah, neste dia nosso abraço será ainda mais forte

Transformará numa só a nossa respiração
Coração encostará em coração
E as batidas só acontecerão se forem uníssonas

Nossas bocas não mais se descolarão
Fundiremos indissoluvelmente nossos relevos
Côncavos e convexos num ajuste perfeito

Ocuparemos cada canto de nossas intimidades
Até que a perfeição do gozo
Faça desmancharem-se as nossas identidades

Seulement nous savons

Combien nous nous aimons
Et comme nous serons
Suffisamment l'un pour autre
Le joiur où nous connaîtrons

The look of who loves

Can not hide
What sometimes
There inside
Calls
Complains
And even wanting
The mouth can not say