Continua frio demais o teu lado da cama No armário apenas um robe de cetim ainda está pendurado Minha boca não aceita outras bocas Minhas mãos temem não mais reconhecer a tua silhueta Meus braços ainda reclamam a tua presença Em que lado está aquele pequeno sinal no teu rosto Não tenho mais certeza
Poema é atirar-lhe uma pedra Ter céu e montanhas bem próximos Molhar apenas a sola dos pés Ver que há peixes junto à margem Observar as criaturas que andam sobre água
Poesia é esperar pela chuva e não se atrever a contar os pingos
Sonhava com a ideia de me alistar na Legião Estrangeira Ocultar um misterioso passado Viver de forma incógnita Guerrear no deserto contra beduínos sanguinários
Desaparecer inexplicavelmente Deixando a incerteza de ter escapado Ou virar cidadão francês E viver para sempre como um sujeito respeitado
Até nos desenhos do Perna Longa isto era reverenciado