Aperfeiçoar nossas mãos
Deixá-las livres, tirando-as do chão
Foi tão vantajoso para a espécie
Fazer com que deixassem de ser só sustentação
Isso nos fez crescer em conhecimento, artes
Ofícios e experimentação
Mas numa questão de segundos
Marcados no relógio da evolução
O celular passou a ser o foco absoluto
Ocupou-as demais e ainda nos encurtou a visão
E assim as mãos que antes nos descortinavam o
concreto
Eram ponte para o mundo da abstração
Agora são ferramentas inúteis de um universo
acabado
Frente ao qual somos impotentes, não mais que
ilusão
Ficamos piores que um urubu sem asas
Dependentes de tudo em nome de uma pseudoconexão
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