O peso dos anos me verga as costas
Mas a alma insiste em manter-se aprumada
Me enruga a pele
Mas os sentimentos ainda me ardem
Me ofusca a visão
Mas não o paladar
As limitações aumentam
E o universo é um banquete intacto a ser
degustado
A morte se aproxima
E o que há para ser feito jamais será terminado
Não se pode driblar o tempo
Fazê-lo passar ao largo
Dar-lhe um tapa no traseiro
Mandá-lo para a rua brincar
Dixá-lo por lá
Até que ao anoitecer seja chamado
E quando retornar
Que deixe os sapatos sujos do lado de fora
Tome um banho bem quente
Um prato de sopa reforçado
E não se deixe levar pelo sono
A menos que num belo sonho seja embarcado
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