Profana bebida
Não tens culpa
Por serem tão poucos
Os teus amantes
Divina criatura
Tua pele branca e pura
Tua pele branca e pura
Quase sempre preterida
É injustiçada
Não há dúvida
Fermentados de tua cor
São delicados
Discretos
Discretos
Quase sempre desconhecidos
Os tintos são mais lembrados
Mesmo os medíocres
Com menos mistérios
E encantos reservados
Acabam mais celebrados
A maioria dos apreciadores
Nem desconfia
Da riqueza de teus aromas
De teus bucólicos sabores
Teus frescores
Da tua deliciosa malícia
Da tua deliciosa malícia
Da paixão com que te doas
Da harmonia
Da tua alegria
Da tua alegria
Por isso, quando me perguntam
Que vinho prefiro
Em tom resoluto
Sempre repito:
Sendo bom não me importa a uva
Gosto de vinho
Maior é a celebração
O momento idílico
A dionisíaca partilha
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