5.3.14

Se todas as noites fossem só nossas



Não seria necessária tamanha economia
E gastaríamos com mais autonomia
Essas horas hoje tão miúdas

Moedas duramente guardadas
Contadas na palma da mão
Uma a uma

Assim esta cruel ampulheta
Sem corda ou freios
Que não atende a apelos

Poderia ser atirada de vez
Janela abaixo juntamente
Com a culpa e os arrependimentos

E nós de camarote
Nos divertiríamos aliviados
Assistindo ao espetáculo

De vê-la perdendo a empáfia
Ao espatifar-se no meio da rua
Junto com seus pares em pleno asfalto

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