Que sou mais do que penso ser
Tão pouco ainda conseguirei saber
Como julgar alguém que
hoje
Expressa tamanha
amarguraMas é assim que insiste em viver?
Ser que há tempos foi
rei
Que em silêncio
abdicou do tronoPor motivos que jamais entenderei
Que manteve blindadas
Suas entranhasE nunca as mostrou a ninguém
Terá ele resolvido
suas inquietações
Seus próprios motivosEncontrando no além algo que só ele vê?
Procurou em vão tateando no
escuro
A redenção em outro
paraísoE se viu obrigado a retornar ao ninho?
Ou terá desistido
quando em definitivo
Esgotado e sem fôlegoSó lhe restou aceitar-se por vencido?
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