Esperar pelo sono
Em me fazer encontrar o outro dia
Vasculhar antigas
gavetas
Soltar os laços das
fitasDe maços amarrotados
Rever velhos guardados
Lamentar ao constatar
que retratosAmarelecem e embaçam
Nas cartas de amor
A tinta diluída pelas
lágrimasColou páginas e embaralhou palavras
Flores secas e sem cor
Cuidadosamente marcando
tesourosEm esgotadas antologias
Deixaram sua silhueta
nos poemas
E não carregam mais a
lembrançaDe seu aroma e frescor
Sofrer
Por não conseguir
Interromper o giro da terra
Chorar
Por não ter o direito
de viver para sempreNaquela que foi a melhor das eras
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