13.12.18
Não tem jeito
Passa o tempo
Passo por tantas outras, mais jovens
Com promessas de novos horizontes
Outros encantamentos
Mas retorno sempre pra ti, mala querida
Minha boa e velha amiga
Companheira fiel de longas jornadas
Resistente impávidas às chuvas e trovoadas
A última encerrou ontem
Sua curta empreitada
Quebrou-lhe a alça
Deixou-me na mão
Perdeu a função
Quedou-se em casa
Reduzida a uma caixa vazia
Triste e desamparada
Não deixará saudades
Não tivemos tempo de criar intimidades
Mas maleta frágil, esteja tranquila
Não ficarás oca assim por toda a vida
Já pensei para ti uma outra serventia
Abrigarás nossas fotos antigas
Servirás como o fiel guardiã
De nossas memórias mais queridas
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