25.11.08
Miolos cozidos ou Observando um paralelepípedo sob o sol de meio-dia
O centro da terra é de pedra
Assim também é o centro do universo
Algo como rocha pura
O centro da mente é de pedra
Uma espécie de cristal
E assim é o centro de todas as coisas
Tudo tende ao sólido e nada mais
A descoberta é recente
E ainda não pode ser comentada
Por abalar demais as bases de toda a ciência
O conhecimento público deste fato
Provocaria um efeito em cascata de pânico e caos
A ordem social se fragmentaria
Desespero e fuga em massa para todas as direções do planeta
Numa instintiva reação dispersiva
As pessoas evitariam qualquer possibilidade de contato físico
Ocorreriam rituais de auto-mutilação e fragmentação de corpos
Unhas seriam arrancadas no asfalto
Em inúteis tentativas de se evitar o arraste para a agregação inexorável
Processo que de forma notória já está em curso
Não tem nome ou propriedades conhecidas
Não se pode controlar e a tudo transforma
Absorve e homogeniza
Até mesmo o espaço
O tempo e as ilusões
Tudo que existe se renderá ao indissolúvel monólito
A fusão será completa
Até o puntiforme e invisível
De composição não particulada
E ao termino
Não mais haverá vazio ou cheio
Dentro ou fora
Antes ou depois
Restará apenas o nada infinito
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário