10.5.19

Ninguém merece passar pelo sofrimento


De ter um filho num campo de batalha
E isso acontece a todo momento
Lembro o absurdo das guerra, qualquer delas
As que se desenrolam além das fronteiras
E tantas outras mais presentes do que se suspeita

Podem ocorrer no próprio lar
Com aquele vizinho irascível
No trânsito insano de segunda a domingo
Na reunião da esquina num final de dia
Na casa de um amigo

No trabalho que oprime e assedia
No assalto a um banco
No bar quando o álcool faz evaporar a crítica
Na igreja quando o fanatismo é quem domina
No jogo de computador ao embarcamos na fantasia

Numa bala perdida
No equívoco da polícia
Na cobrança de uma dívida
Na aglomeração desumana de um presídio
Na queima de arquivo

No exílio forçado em busca de uma outra vida
Na defesa de seu chão e de sua família
Na tentativa de evitar que um mais fraco seja espancado
Na recusa em aceitar ser corrompido
Na oposição ao autoritarismo

Na não aceitação da discriminação
Na defesa de seu direito de pensar o contrário
Na opção em não omitir a sua opinião
Na exigência de ser respeitado
Na ousadia de dizer não

Num instante o sujeito está vivo
Para o seguinte nada pode ser previsto
Melhor então é não fazer planos?
Nenhuma promessa pois nada está garantido?
Deixar que tantas guerras continuem nos destruindo?

É claro que não, senão a vida perde todo o sentido
Temos que tentar fazer o que é certo
E o bem para quem está longe e perto
Trabalhar duro para melhorar o mundo
Deixando-o melhor do que quando sentamos sobre tudo isso

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