E saio correndo
Me esquivo da onça
Lendo nos olhos dela o
pensamento
Me antecipo ao bote da
cobra
E com o meu porrete
quebro sua coluna ao meio
Desvio das garras do
dragão
E com um só golpe do
facão voam cabeça e membros
Chego tarde em casa
Com bafo forte de cachaça
E apesar da esperteza e da
coragem
Das histórias contadas com
tanta graça
Sou puxado pela orelha
Obrigado a jantar
comida fria
E ainda a cumprir o
castigo
De lavar a louça suja
Que se acumulou na pia
Sem direito a sobremesa
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